Cada suspiro é um lamento.
Enquanto ando nas ruas de meu bairro,
Respiro um odor de lixo, trazido pelo vento,
Que me causa revolta e asco.
Cada suspiro é um arfar de vida,
E para cada arfar há um rugido impiedoso da Morte,
Que não tem capa nem foice, mas, temida,
Usa farda e fuzil contra os de má sorte.
Não satisfeita de estender seu bafo
Aos charcos com lodo e bactérias,
Extermina pobres a pé ou de carro.
Sedento do sangue da carne que dá aos vermes em hospitais,
Vai Tanatos a outros reinos da miséria,
Causa e alvo de vis ações fatais.
(Duque de Caxias, 28/1/2015.)
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